Sua jornada profissional foi tão rica, levando -a da Malásia a Sydney e, finalmente, ao Museu Britânico de Londres, onde se tornou a primeira curadora dedicada exclusivamente ao sudeste da Ásia. A região, ela explica, se estende de Mianmar e Tailândia para a Indonésia e as Filipinas, e a coleção do museu possui mais de 33.000 objetos dessas diversas culturas.
A arte de um curry rápido
Nesta tarde em particular, Alexandra demonstra seu curry de grão de bico tailandês-um prato que, embora não seja estritamente tradicional, incorpora a adaptabilidade e a criatividade da culinária caseira. “O grão de bico não é muito padrão na culinária tailandesa”, ela admite, “mas na verdade é um prato que eu realmente gosto. É fácil, e você pode torná -lo tão chique quanto quiser.”
A receita é flexível, atendendo a horários lotados e gostos variados. “Se você está apenas tentando jantar na mesa, poderá medir o alho e o coentro e usar um ralador de pimenta preta. Mas hoje, estamos buscando autenticidade – levantando tudo manualmente.” A cozinha se enche com o som rítmico de ingredientes sendo esmagados, liberando seus óleos e fragrâncias.
A rota de especiarias: uma jornada pela história
A conversa logo se volta para as próprias especiarias – aqueles tesouros aromáticos que moldaram cozinhas e economias há séculos. “O sudeste da Ásia é a fonte de lotes e muitas especiarias”, explica Alexandra. “Cravo, noz -moscada, maça e canela vieram do sudeste da Ásia inicialmente e depois foram plantados em outros lugares.”
Ela descreve como o comércio de especiarias alimentou conexões globais muito antes de os supermercados modernos fazerem leite de coco e os grampos domésticos em pó de curry. “Os europeus só chegaram ao sudeste da Ásia há cerca de 500 anos. Antes disso, havia uma enorme rota comercial do oceano, navegando pela África e pelo Oceano Índico até o Mar da China Meridional e o arquipélago da Indonésia”.
“As especiarias são uma maneira de construir pontes e se envolver com outras pessoas”, reflete Alexandra, destacando o poder dos alimentos para conectar culturas.
Uma reviravolta peculiar na tradição
À medida que o curry ferve, Alexandra aponta sua mistura incomum de especiarias. “O que é incomum é o pó de curry, composto de cominho, sementes de coentro, açafrão e páprica. A cozinha tailandesa tende a usar mais gengibre, alho, folhas de limão kaffir, capim -limão e pimenta, geralmente bateu em uma pasta.” Na Tailândia, ela observa que as pastas de curry são frequentemente compradas frescas do mercado, bateu antes do amanhecer e vendidas em montes perfumados.
O prato é finalizado com leite de coco, batatas, grão de bico e um punhado generoso de manjericão tailandês. “Se você não consegue fazer manjericão tailandês, coloque algumas folhas de hortelã ou coentro”, sugere ela. A flexibilidade é fundamental: “Você pode deixar as batatas de fora se quiser menos carboidratos ou adicionar mais líquido da lata de grão de bico e servir com macarrão de arroz”.
Uma coleção além do prato
A experiência de Alexandra se estende muito além da cozinha. No Museu Britânico, ela cuida de milhares de objetos, de armadilhas e argamassas de peixes a cestas para vapor de arroz e ferramentas para raspar a carne de coco. “Temos algumas armadilhas fabulosas de peixe do norte da Tailândia, lindas argamassas de madeira e pilas e cestas para fumegantes”, ela compartilha.
A coleção do museu reflete a história colonial da região, com propriedades mais ricas de áreas onde os britânicos estavam presentes. Alexandra é apaixonada por tornar essas coleções acessíveis, garantindo que os registros sejam detalhados e disponíveis online. “Mais pessoas olham para nossas coleções dessa maneira do que de qualquer outra maneira”, observa ela.
Ela também está ativamente envolvida na curadoria de exposições e na coleta de novos objetos, incluindo arte contemporânea e presentes diplomáticos. “Colecionando isso, eles podem não ser as coisas mais lindas, mas, na verdade, documentam um momento e interação interessantes”.
Comida como conexão
Para Alexandra, comida e objetos são vasos de memória e conexão. “Os objetos não precisam ser controversos – eles podem ser uma maneira de construir pontes”, diz ela, referenciando a próxima exposição do museu comemorando 170 anos de laços diplomáticos entre a Tailândia e a Grã -Bretanha.
Enquanto o curry é servido, a cozinha está cheia de calor e risadas. Os tomates são adicionados pouco antes do final para manter sua crise, e o prato final é declarado “excepcional” por seu convidado. A receita de Alexandra é mais do que uma refeição – é uma história de movimento, adaptação e herança compartilhada.